4 lições que aprendi sobre recomeçar

Fernanda do Canto
3 min readSep 12, 2021

Recomeçar por vezes pode parecer o pior cenário para um profissional, mas também traz uma série de aprendizados e oportunidades de crescimento.

Aos 20, quando iniciei minha jornada profissional formal como atendente em uma lotérica, eu já pensava em trabalhar por conta própria, um dia, mas na época não imaginava os desafios que teria pela frente. O número de vezes em que precisei recomeçar é uma situação dura e delicada, mas também trouxe uma série de aprendizados e oportunidades de crescimento na jornada de autoconhecimento. A pandemia também revelou esta questão.

Falo com propriedade sobre isso, pois conheço os dissabores. Os recomeços me levaram a experimentar áreas totalmente diferentes e desconhecidas, onde passei por um processo de renovação profissional, cresci e aos 36 anos iniciei a minha jornada por conta própria como prestadora de serviços.

Em 2002, entrei por acaso no ramo de telecomunicações, como atendente nível I. Aprendi bastante naquela empresa, mas faltou olhar fora da bolha (existia vida fora daquele meio). Por conta de uma mudança contratual, a empresa para a qual eu trabalhava perdeu a concessão, me levando a ficar sem trabalho de uma hora para outra e ter de recomeçar. Se tivesse olhado fora da bolha, poderia pelo menos ter reduzido o impacto. Portanto, seja qual for o trabalho, por mais maravilhoso e promissor que possa parecer, mantenha o olhar fora da bolha.

O segundo aprendizado também remete à época. Como eu disse, aprendi muito naquela empresa e acabei ficando distraída com a situação, ou seja, entrei na minha zona de conforto, mas lamentavelmente só percebi isso quando era tarde. Por não olhar fora da bolha, me desconectar do exterior e “viver e respirar aquele trabalho”, ignorei o risco. Estava tão mergulhada no que fazia, parei de ouvir os alertas e segui sem me atentar às mudanças ao redor. Então, fuja da zona de conforto. Ela é cômoda, mas cedo ou tarde passa uma rasteira.

Depois desse baque, minha única fonte de renda vinha do seguro desemprego. Eu era inexperiente, tinha pouco conhecimento fora do ramo, mas muita vontade de conhecer o novo, me desafiar, de ascender profissionalmente e fazer dar certo. Aceitei minhas limitações e procurei conhecimento com pessoas que pudessem me ajudar a crescer. Esse apoio, com o tempo, me levou a assumir desafios e posições com grandes responsabilidades e me fez perceber que nada se constrói sozinho. A participação de pessoas que entendem mais do que você em determinada área é essencial para fazer o trabalho decolar muito mais rápido do que se prender e ficar “batendo cabeça” sozinho. Abra os olhos, fique atento e se cerque de boas pessoas, que te inspira, que te impulsiona, que tem algo a te ensinar, para manter por perto.

O quarto e último, porém não menos importante, aprendizado é a resiliência, ou seja, a capacidade de enfrentar problemas, buscar por uma solução, mas sem desabar (tudo bem dar um piti, ficar irritada, dar um chilique vez ou outra), mas não desabar. Eu recomecei do zero algumas vezes e todos os dias pensava nisso. Mas para superar esse sentimento eu focava no que poderia fazer de diferente, melhorar minha situação. Ser resiliente me ajudou a olhar para o que realmente importava e reunir forças para seguir em frente.

Texto by @fernandacanto_oficial

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Fernanda do Canto

Assessora Virtual 🧠Inquieta, analítica, raciocínio prático, com borogodó para resolver problemas bons (que dão resultados)!